Rondônia

Com laudo médico e fotografias, caminhoneiro denuncia violência policial em Colorado do Oeste e promete levar caso à justiça

Rapaz de 24 anos disse ter sido espancado por militares e aponta testemunhas
Publicado 27/07/2021
Atualizado 28/08/2021

Envolvido numa ocorrência policial registrada no domingo na cidade de Colorado do Oeste, o motorista de caminhão [D. A. L.], de 24 anos, veio à reportagem para dar sua versão do episódio.

Segundo o BO confeccionado pelos policiais militares que atuaram no caso, [D. A.] teria feito manobras arriscadas em uma motocicleta com documentação atrasada e agredido dois deles, quebrando o óculos de um e acertando o outro com um soco na boca.

O jovem diz que as informações colocadas no documento são falsas e que ele, sim, foi vítima de espancamento, o que teria sido comprovado em um exame de corpo de delito feito na mesma noite do incidente e que aponta lesões em sua cabeça, ombros e nas duas pernas.

Devido aos hematomas no corpo do caminhoneiro, que também apresentava falhas de memória e dores pelo corpo, o médico que o atendeu em Colorado recomendou que ele fosse submetido a uma tomografia de crânio, já que havia suspeita de lesões no cérebro.

Os exames em Vilhena, segundo os pais, que trouxeram [D. A.] de Colorado, revelaram uma espécie de derrame num dos olhos, resultado de uma forte pancada.

A VERSÃO DO DENUNCIANTE

[D. A.] contou ao site que, no dia anterior ao incidente (sábado), ele havia emprestado sua moto para um colega de profissão vir até Vilhena para comprar peças para o caminhão no qual trabalhava, pois o veículo do outro caminhoneiro estava com a documentação atrasada

Já ciente de que a motocicleta do amigo estava irregular, e que foi deixada com ele pelo que havia pegado a outra, o jovem saiu de casa apenas para ir a oficina ver o serviço que estava feito em seu caminhão.

Conforme relata, no momento em que estava no barracão, ele foi abordado pelos policiais, e a partir deste momento não se lembra de mais nada.

Mas, o dono da oficina e mais duas testemunhas contaram ao próprio [D. A.] e aos pais dele que os militares chegaram a enforca-lo e o atiraram no chão, momento em que o caminhoneiro bateu a cabeça.

O denunciante diz que, quando recobrou os sentidos, já estava na Delegacia, mas ainda sem se lembrar de nada. Ele não se recordava sequer que havia sido levado ao hospital para o primeiro exame.

Seus pais só foram busca-lo na DPC após três horas sem notícias dele. “Se eu tivesse feito o que os policias relataram, você acha que eles teriam me soltado?”, questiona, rebatendo também a informação de que teria bebido e usado drogas. “Naquele dia eu estava trabalhando”, argumenta.

Com fotografias e aguardando apenas o laudo que será emitido por um médico da Polícia Civil de Vilhena que o examinou, o motorista disse que irá à justiça para responsabilizar os policiais pela agressão.

“Além de me baterem sem justificativa e usarem toda a violência que as testemunhas contaram, ainda escreveram informações falsas num documento oficial. Quero justiça e não vou deixar impune essa covardia”, promete o jovem.

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