Em Cerejeiras, detento descobre que seria assassinado a golpes de “Chuncho” por ex-colegas do PCC e registra queixa na polícia
Arma improvisada teria sido enterrada em uma das celasNo início da tarde de ontem, um detento da Cadeia Pública de Cerejeiras foi até a Delegacia de Polícia Civil da cidade, acompanhado por um policial penal, para registrar uma queixa relatando as ameaças de morte que estava sofrendo na unidade prisional.
Segundo o denunciante, que tem 24 anos, há 08 dias ele havia sido transferido do presídio de Buritis para Cerejeiras, e soube que outros apenados estavam se preparando para matá-lo com uma arma improvisada.
A vítima deu os apelidos dos três presidiários que estavam tramando o crime: “Tela Preta”, “Fada Mãe” e “Artilheiro”. O jovem soube do crime premeditado através de “beréus” (bilhetes) de colegas de carceragem. Um “Chuncho” (arma artesanal) teria sido enterrado em uma das celas e seria usado no assassinato.
Conforme o denunciante, os acusados pertencem à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), a mesma na qual ele militava, mas há sete meses atrás, resolver abandonar a organização para trabalhar e ganhar a vida honestamente, sustentando sua família.
O rapaz explicou que os membros do PCC não admitem desertores e dizem que “quem entra em facção tem que permanecer e trabalhar apenas para o crime”.
A única exceção é quando o preso vai para “a bênção”, ou seja, se converte a alguma religião. Neste caso, o ex-membro é absolvido, do contrário é executado pelos antigos companheiros.
Ao registrar a ocorrência, o apenado disse que nunca havia sido ameaçado no presídio de Buritis, onde cumpria sua pena antes de ser transferido para Cerejeiras.