Rondônia

Neymar do Ceará, rondoniense revela "tempo no futebol devido a Covid" e acredita que governo deveria dar apoio aos atletas

Geovane Cunha já passou por Ceará, Genus, Real Ariquemes e, recentemente estava no Södertälje, da Suécia
Por Ge
Publicado 29/03/2021
Atualizado 29/03/2021

A Covid-19 tem atrapalhado o calendário do futebol. Em 2020, os campeonatos tiveram de ser paralisados e em 2021, alguns continuam, outros param, alguns nem começara, e grandes incertezas pairam o mundo do futebol. Em meio a tudo isso está uma classe: a dos jogadores de futebol e quem depende do jogo.

Geovane Cunha é um deles. Com passagens por Ceará, Genus, Real Ariquemes e pelo futebol sueco, o atleta decidiu que essa temporada seria diferente. Tomou um passo diferente, era hora de dar um tempo.

Eu decidi dar uma parada no futebol agora por conta do corona. Apareceu umas situações pra mim ir, apareceu até aqui em Rondônia mesmo. Acho que vou dar uma segurada até o fim do corona vírus de verdade. Vou segurar, não sou milionário nada, mais a gente se vira como pode, a gente tem uma família que ajuda, um pai, uma mãe, minha mulher. Minha mulher que me dá muita força. De vez enquando tive uns problemas de pressão baixa e somado ao vírus (...) uma loucura na minha cabeça. E aí eu decidi por não retornar agora ao futebol mesmo por essa situação do corona. Além disso, também por conta da minha transferência que está um imbróglio de uma ano quase. Vai fazer oito meses um ano que eu tento conseguir minha transferência pra cá pro Brasil e não dá certo — revela Geovane.

O atleta revelou a manutenção do contato com o seu último clube mas dificuldades tanto dele quanto de demais jogadores que tentam buscar chance no Velho Continente.

- Eu acho que hoje o melhor a fazer é isso dar uma segurada. Quase voltei para a Europa, pra uma situação na Europa. Mas, por conta disso também da época que estamos vivendo, não estão aceitando as viagens. Acho que até hoje alguns lugares não estão recebendo estrangeiros. O clube mesmo na Suécia não estava recebendo alguns atletas estrangeiros, ainda mais do Brasil. Não só eu, como outros amigos meus também não retornaram por conta disso. E após o fim do término do meu contrato que eu tinha lá a gente não renovou porque começou a pandemia. Mas mantivemos contato - afirma.

Hoje, Geovane mantém os cuidados e o distanciamento social. Com o estado sem leitos de UTI e na fase 1 do plano de enfrentamento da Covid, o atleta demonstra preocupação.

- Hoje, estou em casa. Me cuidando bastante. Não saio pra nada mesmo. O máximo que eu saio é pra ir ao mercado, ou farmácia pra comprar umas coisas pra casa, remédio, alguma coisa né. Minha mulher que vai para o trabalho dela e retorna também todos os dias se cuidando ao máximo. Isso porque o contagio e a piora quanto ao vírus tem sido bem rápida em Rondônia. Então eu vejo o futebol como muito seguro para alguns clubes e outros eu vejo muito perigoso. Mais Graças a Deus eu acho que não teve nenhuma morte de nenhum atleta. Espero que não tenha - afirma.

Ele se diz um atleta que o pensamento de todos, principalmente das autoridades deveria ser em ajudar os jogadores de menor poder aquisitivo nesse momento.

- Eu vejo assim o Governo Federal e a CBF deveriam fazer algo em conjunto para todos os atletas. Os atletas mais necessitados, de times pequenos, que parassem um certo tempo o futebol, e todos ficassem ganhando um dinheiro como se fosse aquele que teve o auxílio, que tivesse o auxílio atleta para até quando passasse tudo isso e retornasse todo mundo. Porque o futebol não é algo tão diferente da tua vida, da vida da minha mulher, da vida das pessoas, está sujeito a isso. Infelizmente alguém paga o pato. Tem tanta gente morrendo. Acho que se todo mundo tivesse um pouco de sensibilidade, tivesse um pouco mais de coração e pensasse: "poxa tem tanta gente morrendo", as coisas poderiam ser melhores - finaliza ele.

De acordo com relatório da EY a pedido da CBF, de 2019 referente a 2018, à época, devido ao futebol foram gerados 156 mil empregos no futebol, que representaram R$ 3.34 bilhões em salários e encargos sociais. Da mão de obra empregada, 55% são pessoas ligadas à operação de dias de jogos.

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