Rondônia

Morador de Rondônia que foi procurar trabalho em Mato Grosso do Sul é encontrado morto ao lado de outro homem assassinado

Wando morava em Ariquemes e tinha filha bebê de apenas 02 meses
Publicado 18/03/2021
Atualizado 19/04/2021

“Tiraram a vida dele e a minha junto”, lamenta a esposa de iniciais [H. G.], 26 anos, viúva da vítima identificado pelas iniciais [W. J. da S.], 32 anos, encontrado morto ao lado do corpo do homem identificado pelas iniciais [F. B. da S.], no dia 12 deste mês, em uma caminhonete abandonada na MS-010, na saída para Rochedinho, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.

Ela mora em Ariquemes, Rondônia, de onde o [W. J.], saiu em busca de trabalho. De lá, veio para Campo Grande onde conseguiu emprego de motorista, para ajudar a esposa e a filha do casal, um bebê de 2 meses.

No último fim de semana, ela deu entrevista relatando que a última vez que conversou com o esposo foi na manhã do dia em que o crime aconteceu.

No dia, ela ainda falou da desconfiança do esposo com relação ao novo trabalho. “Ele achava que tinha alguma coisa errada, só não sabia o que era”.

Desnorteada com a notícia do assassinato, a família pediu ajuda para angariar recursos e pagar o translado do corpo de [W. J.], que foi para sua cidade natal.

A tristeza toma conta da família e parece que o buraco no peito nunca mais vai cicatrizar. “Não tenho palavras que possam expressar como estou. Não sei o que dizer. Que tudo isso seja mentira”, implora a esposa.

Nesse momento, ela tenta ser forte, já que precisa cuidar do bebê do casal. No entanto, a tristeza é maior ainda quando ela recorda que mal vai conseguir se despedir do amor de sua vida.

“Não poderemos nem abrir o caixão pelo fato de já terem se passado muitos dias”, relata. Além dessa situação de pandemia, a despedida não poderá ultrapassar as duas horas. “Por conta da pandemia, esse é o tempo máximo e já será enterrado”.

“Queria que fosse um engano, que ele chegasse aqui como sempre, pra dar meu beijo, brincar comigo e com nossa filha, pra que essa dor que está dentro [do peito] suma e eu possa ser feliz novamente, pois ele me fez a mulher mais feliz desse mundo. Ele foi perfeito comigo sempre, tudo que uma mulher deseja receber de um homem, ele fez pra mim”, declara.

INVESTIGAÇÕES

O delegado Enilton Zalla, da 2ª Delegacia de Polícia Civil, que está cuidando do caso, relatou que,  pelas informações levantadas até agora com familiares, [W. J.] não sabia o que estava acontecendo. "Veio para a cidade para fazer uma viagem com [F. B.] de carro, que foi trocado e não sabia o que estava acontecendo. Ele estava no lugar errado e hora errada".

HOTEL

A vítima [W. J.] e [F. B.] estavam hospedados em um hotel localizado na Vila Ipiranga, em Campo Grande. A proprietária do local, uma mulher de 50 anos, que preferiu manter a identidade preservada, relata que procurou a polícia quando soube do assassinato.

Aos policiais, ela contou que eles estavam hospedados em dois quartos, o 4 e o 14, e aparentavam ser tranquilos.  "Não tinham comportamento estranho, eram educados fizeram amizade", relata a dona do hotel à reportagem.

A empresária comenta que o primeiro a procurar abrigo no hotel foi [F. B.], no dia 06 de fevereiro deste ano. "Ficou uma semana e foi embora. Depois retornou no dia 26 [do mesmo mês]", lembra.

Dez dias depois [F. B.] viajou e retornou para o hotel com [W. J.], onde ficaram hospedados até o dia do crime. Vez e outra, a empresária relata que eles saiam a noite. "Às vezes, mas geralmente ficavam por aqui. Conversavam com os hospedes, nunca trouxeram ninguém no quarto", comenta. "Eram gentis e educados", completa.

Ainda sobre o comportamento, ela recorda que era [F. B.] quem costumava conversar mais. "O mais novo ficava mais no celular, não era muito de conversar". No dia do crime, [F. B.] chegou a comentar com a dona do hotel que pagaria a diária dos dois no sábado, pois queria voltar para a cidade natal no fim de semana. Contudo, não deu tempo.

Já na noite do dia 12, os corpos de [W. J.] e [F. B.] foram encontrados e, através das reportagens, a dona do hotel soube que se tratava de seus hospedes. "O pessoal viu e comentou. Aí fui olhar no livro de registro, eram os mesmos nomes. Aí fui na polícia, mas não encontraram nada suspeito nos quartos".

Os pertences de [W. J.] e [F. B.] foram retirados do hotel, que continua funcionando normalmente.

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