Rondônia

Polícia Civil investiga fraude de R$ 70 milhões em planos de saúde no DF e em 3 estados

Investigação apontou que grupo desviava valores de operadora para empresas de familiares e amigos. Crimes teriam ocorrido entre 2013 e 2018.
Publicado 20/01/2021
Atualizado 21/02/2021

A Polícia Civil deflagrou, nesta quarta-feira (20), operação para coibir fraudes contra planos de saúde praticadas no Distrito Federal e em outras três unidades da federação. A suspeita é de que o esquema tenha movimentado cerca de R$ 70 milhões. Ao todo, os policiais cumpriram 15 mandados de busca e apreensão em:

Águas Claras (DF)
Setor de Indústrias e Abastecimento (DF)
Gama (DF)
Guará (DF)
Riacho Fundo (DF)
Luziânia (GO)
Rio Verde (GO)
Cáceres (MT)
Mirassol D´Oeste (MT)
Porto Velho (RO)

De acordo com a Coordenação de Repressão a Crimes contra o Consumidor, Propriedade Imaterial e Fraudes (Corf), o grupo praticava crimes como falsidade ideológica, falsificação de documentos, apropriação indébita, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Gestores de uma operadora de plano de saúde e cinco empresas privadas estariam envolvidas no esquema.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) – órgão responsável por fiscalizar planos de saúde – identificou a prática criminosa e acionou os investigadores. De acordo com a Polícia Civil, entre 2013 e 2018, diretores, contadores e funcionários de uma operadora do benefício desviaram valores milionários de contas bancárias de planos de saúde.

As quantias eram repassadas a empresas vinculadas a amigos e familiares dos dirigentes. As transações, segundo a polícia, eram feitas sem contratos formais e sem emissão de notas fiscais, "que dessem suporte às transações, que justificassem eventuais serviços prestados ou produtos adquiridos".

A operadora investigada atua no Centro-Oeste e em Tocantins. Ao todo, há 55 mil associados.

Movimentação
Os investigadores analisaram 380 mil movimentações bancárias e fiscais da operadora de plano de saúde, de empresas e pessoas envolvidas. Segundo a Polícia Civil, houve divergência na documentação contábil dos envolvidos, além de transações incompatíveis com o faturamento.

Nesse período, a investigação apontou transações financeiras de quase R$ 3 milhões feitas para microempresas destinadas a prestação de serviços de chaveiro. Além disso, os suspeitos ainda teriam feito trâmites financeiros com empresas do ramo agropecuário e da cana de açúcar, sem qualquer vínculo com a atividade desenvolvida pelo plano de saúde.

Operação Loki
A corporação informou que 150 policiais participaram da ação, que contou com apoio das polícias civis de Goiás, Mato Grosso e Rondônia. A operação foi batizada de "Loki" o pai da mentira na mitologia nórdica.

Penas para os crimes praticados:

Falsidade ideológica: prisão de um a cinco anos
Falsificação de documentos: reclusão de um a cinco anos
Apropriação indébita: reclusão de um a quatro anos
Lavagem de dinheiro: reclusão de três dez anos
Organização criminosa: reclusão de três a oito anos

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