Rondônia

TRAGÉDIA: PM mata namorada com tiro durante sequestro

Ela chegou a ser socorrida com vida, mas morreu no hospital
Publicado 27/11/2020
Atualizado 28/12/2020

Um policial militar assassinou a namorada com um tiro na boca, nesta sexta-feira (27), após mantê-la refém dentro de um carro, no estacionamento do campus do Centro Universitário de Valença, no Sul do Rio de Janeiro. O sequestro durou cerca de duas horas e meia.

O policial identificado pelas iniciais [ J. C. R. A.], de 39 anos, foi imobilizado por policiais logo após o disparo e foi levado algemado, em um carro da polícia, para a delegacia da cidade.

Por ser policial militar, ele será transferido ainda nesta sexta-feira para o Batalhão Especial da corporação, que fica em Benfica, no Rio de Janeiro.

A vítima é a mulher identificada pelas inicias [ M. P. de O. F.], de 31 anos, aluna de um curso de pós-graduação da área de odontologia na instituição.

Ela foi socorrida pelo Samu e levada ainda com vida para o Hospital Escola da cidade. Segundo os bombeiros, que ajudaram no resgate, a jovem teve quatro paradas cardíacas no hospital.

A morte foi confirmada pela Polícia Militar. A vítima morava em Volta Redonda e trabalhou há alguns anos em um consultório de odontologia em Resende. Ela deixa um filho de cinco anos, fruto de outro relacionamento.

O sequestro começou por volta das 10h30. Segundo a universidade, equipes de segurança viram os dois discutindo dentro do carro e, ao notar que o homem estava armado, chamaram a polícia. A tentativa de negociação contou com policiais civis e militares.

"A vítima estava dentro do carro, o carro com a porta do motorista aberta e o autor com a arma em punho conversando com os oficiais. Ele conversava, entrava no carro e saia e, nós, aguardando a chegada dos negociadores", disse Carlos Cesar Santos, delegado titular da Polícia Civil de Valença.

Uma equipe da Unidade de Intervenção Tática (UIT) do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) chegou ao local de helicóptero para ajudar no trabalho.

"Teve um momento em que um helicóptero sobrevoou a faculdade e imaginamos que seriam os negociadores do Bope. Mas, de repente, ele abriu a porta do carro, desferindo um tiro contra a vítima. Não teve reação, nem nada. Simplesmente, ele botou a arma sobre o carro e aceitou a rendição", descreveu o delegado.

Em nota, a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que os policiais seguiram os protocolos das ocorrências com refém. Disse ainda que o assassino responderá pelo crime nas esferas civil e militar, que repudia "com veemência" a atitude do policial e se solidariza com a família da vítima.

O caso será conduzido pela 91ª delegacia de Polícia Civil de Valença e pela 5ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (Barra do Piraí).

Neste início das investigações, a polícia apreendeu a arma usada no crime e recolheu os celulares da vítima e do policial.

Os investigadores vão procurar por trocas de mensagens que possam ajudar a esclarecer a motivação do assassinato.

Universidade lamenta sequestro e desfecho

Durante o sequestro, os alunos e os colaboradores da universidade foram orientados a não saírem das salas de aulas e dos setores de trabalho.

Após o desfecho, as dependências foram esvaziadas e as atividades no campus foram suspensas até a próxima segunda-feira (30).

"Um acontecimento inesperado em uma cidade tão tranquila quanto Valença, mas que infelizmente reflete um cenário nacional de violência contra a mulher. Vivenciar essa situação é revoltante e extremamente entristecedor. Nos sentimos impotentes ao testemunhar, mesmo com ação imediata da polícia no local, um desfecho trágico", informou a universidade, em nota oficial.

"Estamos todos muito abalados e unidos em pensamento pela família da Mayara. Seguimos colaborando com autoridades no desdobramento da situação e à disposição da família para suporte nesse momento de dor", finalizou.

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