Rondônia

Delegado da PF que comandou prisões de prefeitos em RO diz que esquema de corrupção iria se alastrar se não fosse “implodido”

Prefeitos ameaçavam atrasar pagamentos se não recebessem propinas
Publicado 25/09/2020
Atualizado 26/10/2020
Foto: Ji-Paraná Notícias

Em entrevista coletiva concedida virtualmente instantes atrás, o delegado da Polícia Federal, Flori Júnior, que comandou a operação que prendeu quatro prefeitos e um ex-deputado em Rondônia, deu detalhes sobre a investigação, iniciada há menos de um ano -dez meses, para ser mais exato.

Tudo começou quando um empresário, cuja identidade é mantida em sigilo por questão de segurança, procurou a PF para avisar que estava sendo extorquido pelos prefeitos aos quais prestava serviços. Os mandatários exigiam propinas para pagar a prestação de serviços. A recusa em dar o dinheiro significaria que os municípios deixariam de honrar os compromissos com a empresa.

Segundo o delegado, o empresário não será indiciado por nenhum crime, porque ele, além de denunciar o esquema criminoso, estava sendo vítima do achaque, que teria começado na cidade de Rolim de Moura.

Em todas as cidades alvos dos mandados de buscas e prisões, os agentes da PF recolheram documentos, celulares e dinheiro em espécie. As prisões são preventivas, portanto, não existe prazo para a libertação dos acusados, que ainda não foram interrogados.

PODIA FICAR PIOR

Num trecho da entrevista, o delegado avisou: se o esquema não fosse implodido, provavelmente chegaria a várias cidades do Estado, e outros prefeitos poderiam acabar se envolvendo na corrupção. As ações, no entanto, precisaram ser deflagradas hoje, já que havia provas contundentes contra os acusados. Tanto que a PF agiu por determinação de um desembargador do Tribunal de Justiça de Rondônia, que decretou as prisões.

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