Rondônia

Polícia acredita que morte de mulher que sumiu em aeroporto foi planejada por cinco meses e que corpo está em rio

Dois suspeitos foram presos. Um deles disse à polícia que mandou matar a mulher porque manteve um caso com ela e temia que ela contasse sobre relação para a esposa dele.
Por G1 GO
Publicado 02/06/2020
Atualizado 28/09/2020
Foto: Reprodução/TV Anhanguera

A Polícia Civil acredita que o corpo de L. de O., de 40 anos, foi planejado por cerca de cinco meses. A suspeita da polícia é que o corpo dela esteja em um rio. Ela desapareceu após voltar da Colômbia e desembarcar no aeroporto de Goiânia. Dois homens foram presos suspeitos do crime. A defesa diz que há ainda apenas uma investigação, e não uma condenação contra eles.

Segundo a polícia, a vítima teve um relacionamento por anos com o empresário J. P. F., que era casado. Porém, ela se mudou para a Colômbia e começou um relacionamento com outro homem.

O empresário foi preso suspeito de ser o mante do crime. Em depoimento, ele disse que se sentia feito de bobo, pois mantinha financeiramente vítima e a filha, sendo que ela já estava morando com outro homem. Além disso, ele contou que estava sendo chantageado e temia que a vítima contasse sobre o caso deles para a mulher do suspeito.

Segundo a polícia, o empresário contratou R. R. F., para cometer o crime. “Em algumas conversas, tanto por telefone, quando presenciais, o suspeito se lamentava, contava essa história e havia uma dívida entre ambos. O suspeito de executar a mulher devia de R$ 20 mil a R$ 30 mil para o mandante do crime e disse que faria o serviço, resolveria esse problema que o empresário narrava que tinha, em troca da quitação da dívida”, disse o delegado Thiago Martimiano.

O suspeito de executar a mulher foi preso no Maranhão e deve ser encaminhado a Goiânia ainda essa semana. A polícia espera que ele ajude a localizar o corpo de da mulher. “Ele [empresário] disse que o suspeito de executar a mulher não lhe contou o que fez com corpo, disse apenas que tinha feito o serviço e que havia jogado na água, não informando em que rio ou local”, completou o delegado.

Em nota, a defesa dos suspeitos disse que “há apenas uma investigação em curso, sendo que não há denúncia formalizada pelo Ministério Público e, muito menos, uma condenação”. Além disso, o comunicado aponta que todos os interrogatórios “foram realizados sem a presença de advogado”.

Por fim, a defesa afirma que, após a prisão e o Exame de Corpo de Delito, empresário apresentou lesões visíveis. “Interessa dizer que, por desdobramento lógico, as lesões teriam surgido após a confecção do exame de corpo de delito e após o primeiro interrogatório do suspeito, onde este negou a prática do fato”, diz a nota.

A equipe de reportagem entrou em contato com a assessoria da Polícia Civil por mensagem às 15h20 questionando sobre a declaração da defesa do suspeito e aguarda retorno.

Veja a íntegra da nota da defesa dos suspeitos

NOTA À IMPRENSA

O escritório SIFFERMANN E ROCHA ADVOGADOS, representante dos investigados J.P.F e R.R.F., reitera a necessidade de que a imprensa e os responsáveis pela investigação resguardem a imagem dos suspeitos de modo a evitar constrangimentos aos investigados e às famílias que estão sendo ameaçadas.

Nesse sentido, manifestamos repúdio a explicação que consta no site da Polícia Civil do Estado de Goiás, onde afirmam que as imagens dos suspeitos foram divulgadas para facilitar a colheita de provas testemunhais, tudo porque a investigação encontra-se extremamente avançada, sendo desnecessária a oitiva de testemunhas nessa altura.

Ademais, destacamos que no caso, há apenas uma investigação em curso, sendo que não há denúncia formalizada pelo Ministério Público e, muito menos, uma condenação.

Igualmente lamentamos a divulgação, em coletiva de imprensa, do nome completo dos investigados, bem como imagens de supostos autores em todos os veículos de comunicação, sendo a situação alheia às normas que regulamentam a atuação de autoridades policiais e judiciárias.

Outrossim a defesa alerta para o fato de que o suspeito recolhido na DECAP em Goiânia/GO, foi submetido por Exame de Corpo Delito em 28.05.2020, por volta de 19h00min., sendo confeccionado relatório informando a inexistência de lesões e bom estado geral de saúde.

Contudo, nos dias 30.05.2020 e 01.06.2020, fora constatada lesões visíveis no investigado por três advogados diferentes, inclusive, um deles membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB/GO. Interessa dizer que, por desdobramento lógico, as lesões teriam surgido após a confecção do exame de corpo de delito e após o primeiro interrogatório do suspeito, onde este negou a prática do fato.

Destaca-se ainda que TODOS os interrogatórios foram realizados sem a presença de advogado, mesmo sendo manifesta a vontade do investigado em ser assistido por procurador.

Feitos os seguintes esclarecimentos, nos colocamos à disposição da imprensa para complementar tais considerações iniciais, aguardando o contraditório em fase judicial e também perante os órgãos de comunicação.

Atenciosamente,

SIFFERMANN & ROCHA ADVOGADOS ASSOCIADOS

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