Rondônia

Safra dos Cafés do Brasil atinge 49,31 milhões de sacas das quais 34,3 milhões da espécie arábica

Produtividade do café arábica foi 23,66 sacas por hectare numa área de 1,45 milhão de hectares e café conilon 41,35 sacas numa área de 363,1 mil hectares
Publicado 21/12/2019
FOTO: Semcom

A safra dos Cafés do Brasil de 2019 foi calculada em 49,31 milhões de sacas beneficiadas de 60kg, volume físico que retrata uma queda em torno de 20% em comparação com a safra de 2018, que foi de 61,66 milhões de sacas. Com base nesses números, verifica-se que a produtividade média de 2019 foi de 27,20 sacas por hectare, performance que também representa uma queda de 17,8% em relação à safra passada. As safras dos cafés produzidos no território nacional compreendem o período de julho a junho de cada ano.

Assim, do total colhido na safra 2019, os cafés da espécie arábica atingiram um volume físico de 34,30 milhões de sacas, que representam 69,5% da safra, mas em contrapartida denotam uma redução de 27,8% em comparação com o volume da safra passada. E os cafés da espécie conilon, que atingiram produção de cerca de 15,01 milhões de sacas, representaram 30,5% da safra deste ano e, mais que isso, um incremento de 5,9% em relação a 2018.

Tal redução média de 20% da safra total dos Cafés do Brasil, verificada em 2019, pode ser atribuída principalmente aos efeitos fisiológicos da bienalidade negativa, sobretudo no café arábica, fenômeno que alterna um ano de produção maior com outro de menor volume colhido. Disso mais, a área destinada à produção também foi ligeiramente menor que a de 2018, favorecendo dessa forma uma variação negativa no resultado final. Além desses fatores negativos mencionados, algumas intempéries climáticas registradas em regiões cafeicultoras importantes, durante o ciclo de produção, também impactaram negativamente os números finais da colheita.

As informações que estão permitindo realizar estas análises têm como base os dados e estatísticas do Acompanhamento da Safra Brasileira de Café, v.5, nº4 – dezembro 2019, da Companhia Nacional de Abastecimento – Conab, o qual está disponível na íntegra no Observatório do Café, do Consórcio Pesquisa Café coordenado pela Embrapa Café. A Conab realiza e divulga quatro levantamentos da safra de café anualmente. O primeiro, em novembro e dezembro, com divulgação em janeiro. O segundo, em abril, com divulgação em maio. O terceiro, em agosto, é divulgado em setembro. O quarto, que está sendo objeto desta análise, é realizado e divulgado no mês de dezembro, oportunidade em que todos os dados obtidos no decorrer de cada ano são consolidados.

Com base nesses dados do Acompanhamento da Conab, convém ressaltar que a área total cultivada com os Cafés do Brasil em 2019, incluindo as espécies de arábica e conilon, somou 2,13 milhões hectares, número 1,2% menor que a área cultivada em 2018. Desse total da área empregada no cultivo, 1,81 milhão de hectares, ou seja, 85% estão em efetiva produção, além de 318,92 mil hectares que representam 15%, ainda encontram-se em formação. Assim, em comparação com a safra anterior, a área em produção reduziu 2,8%, e, em contrapartida, a área em formação aumentou 8,4%.

Com relação especificamente à área plantada com o café da espécie arábica, no ano-safra objeto desta análise, constata-se que ela é atualmente de 1,73 milhão de hectares, o que corresponde a 81% da área total existente. E para 2019, estima-se que houve diminuição de 0,9%, isto é, 16,4 mil hectares em relação à safra de 2018. Minas Gerais, que é o maior estado produtor de café, concentra também a maior área com arábica, a qual corresponde a 1,22 milhão de hectares, que equivalem a 70% da área com cultivo dessa espécie. Fato curioso é que a área plantada com arábica no país tem-se mantida estável nas últimas dez safras, em torno de 1,7 milhão de hectares. Com base nesses números citados anteriormente, verifica-se que a produtividade nacional dessa espécie em 2019 será de 23,66 sacas por hectare.

Esta mesma análise e avaliação da área cultivada com o café conilon aponta que houve uma redução de 2,5%, a qual está estimada atualmente em 398,8 mil hectares. Desse total, 363,1 mil hectares estão em produção e 35,7 mil ainda em formação. No Espírito Santo, que é o segundo maior produtor de café no país, está a maior área cultivada com essa espécie, que são de 261,5 mil hectares, seguido por Rondônia, com 70,5 mil hectares e logo após, a Bahia, com 39,9 mil hectares.

Para o Acompanhamento da Safra Brasileira de Café – dezembro 2019, da Companhia Nacional de Abastecimento – Conab, apesar de o café conilon também sofrer influência da bienalidade, normalmente ela ocorre com menor intensidade nessa espécie. Outro fato que vale destacar é que a área do conilon vem decrescendo a cada ano, pois desde 2009 ela foi reduzida em 153,4 mil hectares. Entretanto, a área em formação segue praticamente estável, em torno de 39 mil hectares, variando de 5% a 10% em relação à área total. Pode-se atribuir essa diminuição da área à otimização do manejo dessa cultura e, principalmente, à utilização de material genético mais produtivo. Em decorrência desses fatores, em 2019, a produtividade média nacional do conilon foi de 41,35 sacas por hectare.

Acesse o Observatório do Café e saiba mais sobre a conjuntura dos Café do Brasil e do panorama da cafeicultura em nível mundial. Desenvolvido pela Embrapa Café no contexto do Agropensa da Embrapa, o Observatório tem como objetivos principais coletar, analisar e disseminar, de forma sistemática, dados estatísticos, informações sobre tendências de produção e consumo, oportunidades e ameaças dos mercados e identificar possíveis trajetórias do processo de inovação, além de resultados de pesquisas realizadas pelo Consórcio Pesquisa Café e suas implicações para a competitividade e sustentabilidade do agronegócio.

Por fim, também vale a pena conferir no Observatório do Café a íntegra do Acompanhamento da Safra Brasileira de Café – dezembro 2019, da Companhia Nacional de Abastecimento – Conab, o qual contempla os seguintes tópicos que permitem avaliar a conjuntura e a performance da cafeicultura brasileira: Resumo executivo, Introdução, Estimativa de área cultivada, Estimativa de produtividade, Estimativa de produção, Monitoramento agrícola, Avaliação por Estado (Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Rondônia, Paraná, Rio de Janeiro, Goiás e Mato Grosso), além dos Preços do café beneficiado, Parque cafeeiro e, por fim, Calendário de colheita.

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