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Índios e pais de alunos ocupam Câmara de Vereadores em Porto Velho

Indios e pais de alunos ocupam Câmara de Vereadores em Porto Velho As comunidades querem solução para o problema de transporte, que se arrasta desde o inicio do ano.
Publicado 05/11/2019
Atualizado 05/11/2019
Foto: Reprodução/Pvh Notícias

Desde o inicio do ano aconteceram pelo menos uma dezena de protestos, inclusive com interdição da BR 364,  nos distritos de Porto Velho, por conta da falta de transporte escolar adequado, que comprometeu o ano letivo de milhares de estudantes.
    Na semana passada o prefeito Hildon Chaves pediu e a Câmara de Vereadores aprovou aberta de crédito para a compra de cem (100) ônibus escolares. O processo licitatório já está em andamento e segundo o próprio Hildon declarou ontem, durante solenidade no Palácio do Governo, até fevereiro todo o transporte escolar municipal será feito com uma frota zero km. 
    O ano letivo 2019 já está perdido, mas ainda assim pais de alunos de Extrema, Nova Califórnia, Vila da Penha, Vista Alegre e outras comunidades, junto com  pelo menos 100 indios da etnia Kaxarari, da reserva em Ponta do Abunã, ocuparam as dependências da Câmara de Vereadores e se dizem dispostos a permanecer no local até que o problema seja solucionado.
    Ao todo são aproximadamente 200 pessoas. Apesar dos índios estarem armados com arco e flechas e os moradores com ferramentas de trabalho rural, como foices e facões,  o clima não é, até agora, de tensão. 
    A confusão com a questão de transporte escolar vem de impedimento judicial e todas as deliberações tanto do prefeito quanto dos vereadores aliados findaram inúteis, já que por ordem judicial a empresa que prestava o serviço ficou impedida. Enquanto a questão se arrasta nos tribunais,  as crianças de vários distritos ficam sem condições de ir à escola. 
Até o momento o prefeito Hildon Chaves não se manifestou, mas é voz comum que o problema não tem solução no momento, até porque não se pode voltar no tempo para recuperar aulas perdidas. O protesto serve, no entanto, para garantir que no ano que vem tudo volte ao normal, com a frota própria cuja compra foi autorizada agora pela Câmara de Vereadores.
    Quanto a ameaça de permanecer nas dependências no Legislativo “até que a questão seja resolvida” é apenas exagerada linguagem nos veículos de comunicação, posto que é de conhecimento público que 100 ônibus não podem ser licitados, comprados e liberados para tráfego do dia para a noite.

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Foto: Reprodução/Pvh Notícias