Rondônia

Suspeita que fingia gravidez e pegou bebê de mulher morta em loteamento é presa em RO

Cátia Barros Rabelo foi ouvida por mais de 5 horas antes de ser detida na Delegacia de Homicídios de Porto Velho. Três filhos dela são suspeitos de envolvimento no crime.
Por G1/RO
Publicado 24/10/2019
Foto: Jheniffer Núbia/G1

A mulher suspeita de pegar o bebê de 8 meses de Fabiana Pires Batista, de 23 anos, e fingir estar grávida de um garimpeiro para "deixar de ser pobre" foi presa na tarde desta quarta-feira (23), em Porto Velho. Cátia Barros Rabelo, de 34 anos, foi ouvida por cerca de 5 horas na Delegacia de Homicídios da capital antes de ser detida preventivamente.

Ela se soma ao grupo suspeito de assassinar Fabiana e o menino Gustavo Henrique, de 7 anos, filho da vítima, em um loteamento do município. "A Cátia está sendo presa pela participação na trama de homicídio", disse a delegada que conduz as investigações, Leisaloma Carvalho, em coletiva de imprensa.

Bebê arrancado da barriga da mãe seria entregue para mulher que fingia gravidez a garimpeiro, diz polícia
De acordo com Leisaloma, até o momento há cinco pessoas envolvidas no duplo homicídio. Três adolescentes já apreendidos, inclusive, são filhos da mulher que fingiu a gravidez. Um outro menor ainda está previsto para ser ouvido pela polícia. "Ela mencionou o envolvimento de uma outra adolescente, que vamos checar essa informação, além dos quatro que já foram internados", disse Leisaloma.

Conforme a delegada, Cátia teria não apenas participado do crime, como repassado aos filhos e aos outros envolvidos os "instrumentos" para execução do plano. Disse ainda que, assim como os menores, ela não demonstrou arrependimento.

"A adolescente que é irmã da vítima e que frequentava a casa da Cátia se reuniu com os filho dela. Um deles namorava a irmã da vítima. Ela mencionou que a menor já havia expressado o desejo de matar Fabiana", revelou Leisaloma.

"No dia do fato, a adolescente (irmã de Fabiana e tia de Gustavo) se reuniu na casa da Cátia. Outro adolescente pegou um dos instrumentos utilizados na execução do crime. Ela deu as luvas que foram utilizadas no crime e ficou aguardando os adolescentes executarem a vítima (Fabiana)", contou a delegada.
Ainda segundo as investigações, assim que os menores retornaram após assassinarem Fabiana e o menino Gustavo, Cátia pegou o bebê de 8 meses e fez fotos. Leisaloma Carvalho informou que a mulher foi procurada por um familiar, onde disse que "tinha dado a luz". "Ela tirou fotos da criança e começou a enviar pelo WhatsApp à pessoa com quem ela estava se relacionando. Inclusive, ela chegou a ir ao garimpo com o recém-nascido", reforçou a delegada.

Sobre como a polícia chegou até Cátia, Leisaloma contou que a mulher pretendia sair de Porto Velho depois de acompanhar a repercussão das mortes pela imprensa. Porém, foi achada por equipes da corporação após o furto de um celular cometido por ela durante a fuga.

"No percurso dela na saída de Porto Velho, ela chegou a furtar um taxista fluvial. Subtraindo o celular dele, ele chegou na delegacia para registrar o furto que aconteceu ontem (terça-feira). Conseguimos recuperar o celular e o ouvimos aqui na delegacia. Ela não pagou a corrida até o garimpo, que seria de R$100, para onde ela foi com certeza visando se esconder e evitar a responsabilização por esse crime. Ela foi interrogada, indiciada e está sendo presa nesta data", complementou Leisaloma Carvalho.

Após a prisão, Cátia Barros Rabelo foi levada ao Instituto Médico Legal (IML). Do lugar, a previsão é de que a suspeita fosse levada ao presídio feminino de Porto Velho, onde permanecerá à disposição da Justiça. Os menores suspeitos seguem apreendidos.

Para a polícia, as motivações do crime continuam sem clareza e mais pessoas podem estar envolvidas.

Confira breve cronologia do caso:
20 de outubro: O corpo de Gustavo Henrique é encontrado boiando no lago de um loteamento de Porto Velho. Não havia confirmação se suposto afogamento da criança foi oriundo de acidente ou homicídio;
21 de outubro: Fabiana é encontrada morta no mesmo local onde o filho de 7 anos foi achado sem vida. O corpo da mulher estava parcialmente enterrado e apresentava ferimentos na cabeça, tórax e barriga. O corpo foi achado pelo pai de Gustavo. A mulher estava grávida de 8 meses e teve o bebê arrancado da barriga durante o assassinato. O recém-nascido está internado em estado estável no Hospital de Base de Porto Velho;
22 de outubro: Uma menina de 13 anos é apreendida suspeita de envolvimento nos assassinatos. Ela é irmã de Fabiana e tia de Gustavo. Um adolescente, de 15 anos, também foi apreendido. Ele e a menina foram os supostos executores do assassinato. O que se sabe é que o bebê foi arrancado por eles para ser entregue a uma mulher que fingia estar grávida de um garimpeiro. Ela é mãe do adolescente de 15 anos;
23 de outubro: A polícia confirma que outros dois adolescentes foram apreendidos por suposto envolvimento no mesmo crime, totalizando quatro menores. Todos estão internados. Três deles são filhos de Cátia Barros Rabelo, identificada como a mulher que fingia a gravidez. Ela, que foi presa, é suspeita de participar do crime e entregar os instrumentos aos menores para execução. A mulher indica a participação de mais um adolescente no crime, o que ainda será apurado pela delegada que investiga o caso.
 

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Foto: Reprodução/Arquivo pessoal