Rondônia

Produtores rurais investem no plantio do inhame São Tomé em Porto Velho

Região do Vale do Guaporé é destaque no estado no plantio do tubérculo, no entanto, expectativa é boa para o crescimento dessa cultura na capital.
Publicado 11/09/2019
Foto: Reprodução/Rede Amazônica

Produtores rurais em Porto Velho têm investido no plantio do inhame São Tomé. A colheita tem tido bons resultados, mas a cidade ainda está no começo da produção. Cerca de 10 produtores investiram nesta cultura na capital, enquanto no Vale do Guaporé mais de 215 hectares resultam em cerca de 4,5 mil toneladas do tubérculo.

Rondônia atualmente é o terceiro maior produtor do Brasil. Segundo a Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater), a expectativa do giro na economia local é de mais de 4 milhões na safra 2018/2019.

O gerente regional da Emater, Hilton Uchôa, conta que a produção na região de Porto Velho ainda é pequena, mas as expectativas são boas.

"Nós estamos começando, dando os primeiros passos. Na região de Porto Velho tem em torno de 50 hectares, mas é uma produção excelente", explica.

Para entender melhor sobre o plantio do inhame, o produtor Lúcio Teixeira de Lima foi a diversos pontos do estado há cinco anos: Vista Alegre do Abunã, Machadinho do Oeste e Alvorada do Oeste. Nesses locais ele observou, aprendeu sobre o cultivo do tubérculo e plantou em Porto Velho.

"Já plantei cana e não tive bom resultado, já tive horta e também não acertei, e sempre que uma cultura não dá eu vou atrás de outra. Tentei esse inhame São Tomé, plantei e já deu mais ou menos, mas o mercado não extraiu. Nós vendíamos para um mercado internacional e ele não pagou. Do ano passado, todo o inhame foi vendido mas nós não recebemos", lamenta.


Mas o golpe não foi motivo para que Lúcio desanimasse. Ele continuou na lavoura e atualmente atua em uma área de 10 hectares, com 15 funcionários, e colhe em média 23 toneladas por hectare. Toda a produção é enviada de caminhão para um comprador em Maceió (AL), e do Nordeste o inhame é exportado.

"Graças a Deus conseguimos trazer um empresário para o município, que é um dos maiores compradores de inhame de Maceió, comprou todo o lote que colhido, carregou e pagou na hora", conta empolgado.

O inhame é colhido e dividido por classe, em montantes separados. Os de mais qualidade são exportados, os de segunda classe ficam no nordeste, os menores são chamados de sementes e os que ficaram cortados, danificados de alguma forma durante a colheita, são do produtor, que pode beneficiar de outras formas.

Uma das maneiras de beneficiar o inhame cortado é com a produção de farinha, e também o inhame embalado a vácuo, explica o engenheiro agrônomo Jorge de Oliveira Gil.

"Uma das formas seria o inhame cortado, lavado, higienizado, embalado a vácuo e congelado. Desse setor de congelados ainda tem as sobras do inhame, e nessa agroindústria a gente ainda está fazendo uma instalação para secagem natural dessas sobras que depois serão trituradas e transformadas em farinha", diz.

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