Rondônia

Médico do HM de Rolim de Moura nega atendimento a idosa de 84 anos

“Alegando que seu trabalho era apenas atender urgência e emergência, o médico colocou a risco a vida da idosa”
Publicado 11/09/2019
Atualizado 28/09/2020
Foto: Reprodução

Uma senhora de 84 anos, acompanhada pela neta, procurou o Hospital Municipal Amélio João da Silva, em Rolim de Moura, em busca de atendimento médico, por volta as 11hs00 de domingo. Na triagem os atendentes constataram elevada pressão arterial, o que já seria motivo para atendimento diferenciado, visto que idosos, cardiopatas, grávidas, crianças em estado febril e outros casos são classificados como atendimento prioritário em toda a rede pública.
    Como o tempo passava e a senhora não era atendida, a neta procurou o médico plantonista, que teria respondido que sua função ali, no momento, seria apenas atender casos de urgência e emergência. A situação piorou quando a senhora teve crises de vômito e teve que ser amparada por pessoas que estavam no corredor, também esperando atendimento.  As 12hs18 o médico se retirou do hospital, anunciando que seria seu horário de almoço e que não poderia se atrasar. Ele também foi visto usando o celular, completamente alheio ao sofrimento da senhora.
    Sem alternativa e preocupado com a situação, um técnico de enfermagem acomodou a paciente e lhe aplicou soro, mesmo sem prescrição médica, mas na justa intenção de evitar o agravamento do quadro clinico da paciente. A conduta, mesmo não recomenda, seria a única providência a ser tomada, já que o médico já tinha ido embora. Preocupado, o profissional procurou ajuda de outro médico, que promoveu o atendimento adequado, medicou a idosa e a liberou, já com a pressão estabilizada.
    A neta da idosa procurou a Delegacia de Policia e registrou ocorrência por negligência medida e a direção do hospital  emitiu nota a respeito, garantindo que vai apurar responsabilidades do médico e tomar as providências punitivas, sendo o caso. Teoricamente, a falha pode ter sido originada no preenchimento da ficha, quando as atendentes devem obrigatoriamente, classificar o risco e priorizar o atendimento. Além da sindicância interna relativa a conduta do médico que “não podia se atrasar para o almoço” e deixou um senhora de 84 anos em risco, a direção do Amélio João anunciou que pretende se reunir com as equipes de atendimento para averiguar se existem falhas no preenchimento das fichas, onde obrigatoriamente precisa constar o nível de risco e prioridade de atendimento.
    O diretor do Amélio João, que não estava no local de trabalho, disse que tudo está sendo investigado e que todas as medidas serão adotadas para evitar episódios semelhantes no futuro.

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